O Perfil do Falso Evangelho
Há algo
estarrecedor que me aflige o coração tirando-me o sono: A comunidade evangélica
em sua grande maioria tem se deixado levar por ventos os mais diversos;
banqueteando-se com as guloseimas do mundo, arrotam a presunção de estarem
alimentados no evangelho. Triste engano!
Aceita-se
naturalmente e sem qualquer questionamento tudo aquilo que fraudulosamente seja
rotulado de evangélico. Ora! Isso me parece patético! Em nome do evangelho
vendem-se os dardos mais inflamados de satanás, dardos que sutilmente tem
adoecido a noiva do cordeiro, com doenças as mais diversas. Em nome do
sucesso têm-se aceito práticas condenáveis por Cristo como hipocrisia, a
avareza, negociatas políticas e o leso ao próximo. Agindo assim pisam na
palavra de Deus. Cf. Rm 3. 5-8
Nesse
sistema equivocadamente evangélico a que muitas comunidades se fizeram
participar, a falsidade de um juízo proposto quase nunca significa sua objeção;
sua valoração e aceitação dizem respeito mais precisamente à intensidade com
que ele favorece ou não a manutenção de um dado sistema lucrativo. A máxima de
Cristo: “coam mosquitos e engolem camelos” está mais do nunca
explicitado no meio, dito evangélico.
É com imensa
tristeza que contemplo Jesus sendo despejado da vida de varias comunidades que
outrora eram serias e comprometidas com a causa do evangelho. Tudo isso em nome
de uma nova visão, de um sucesso estatístico, de uma ética-não-ética, de uma
adaptação cultural que não suporta o crivo da Cruz de Cristo. Maldito
sincretismo.
É com
lagrimas na alma que contemplo o Cristo do Evangelho sendo substituído por um
manequim-clone astutamente confeccionado, o qual para nada mais serve a não ser
para ser vestido com as grifes daqueles que detém a verdade de Deus em mentira
e que amam mais o próprio umbigo do que a Deus.
Sim, é
lamentavelmente verdadeiro ver que tentam calar a todo custo a voz de Cristo
enquanto comercializam freneticamente um falso jesus dado aos lucros e as
barganhas, um jesus que só existe como timbre para os decretos mais avarentos.
Como pesa na
alma encarar como realidade a ingenuidade daqueles que, adorando um ídolo
fabricado sob a fôrma do egoísmo narcisista de homens perversos, o fazem na
ignorância de acharem que estão de fato adorando o verdadeiro Senhor Jesus. Sob
o titulo de movimento pentecostal se apresentam fenômenos os mais estranhos,
muitos dos quais jamais poderiam ser associados com a vida e obra do Senhor
Jesus.
Existe sim
uma evidente contradição entre esse novo movimento e o que Cristo ensinou e
praticou. Ele -Cristo- é a palavra de Deus encarnada, portanto toda interpretação
bíblica deve invariavelmente ser feita a partir de sua vida e obra. Não devemos
nos conformar com qualquer que seja o sistema ou pratica que de algum modo
signifique a antítese daquilo que Ele nos ensinou e viveu. Cf. Rm 12
Somos
chamados em Cristo para trilharmos o caminho a nós proposto em fé na verdade da
palavra, no qual caminho co-existimos em Sua Vida. Cf. Gl 2.20
Por tanto
qualquer que seja a vida, em não sendo um resultado da comunhão entre o
discípulo e Cristo, deve ser recusado à titulo de conservarmos nossa conexão
com o reino de Deus, o qual habita em nós na pessoa bendita do Espírito Santo.
Cristo não
inaugurou uma religião, Ele propôs um estilo de vida. Mas os homens ao longo
dos séculos violentaram essa verdade ao passo que lhe introduziram ingredientes
os mais estranhos. Tudo foi feito sutilmente afim de que não levantasse
suspeitas. O objetivo sempre foi o de adaptar o evangelho a todas as
conveniências humanas, ao espírito de rebanho, e por conta disso fica claro os
motivos que levam o sistema a mudar ao longo das décadas.
Mas o evangelho
continua o mesmo, posto que ele seja o Próprio Cristo, Imutável.
O evangelho
é o poder de Deus que, em entrando no homem vence sua natureza perversamente
caída, na certeza absoluta -Fé- de que Deus é amor e que para ele nada é mais
importante do que o bem. No Evangelho não há leis, não existem cadeias, não há
obrigações, não há medo, posto que seja o Amor de Cristo suficientemente
poderoso para nos convencer do que seja verdadeiramente o caminho de Deus
proposto a nós.
Mas esse
pseudo evangelho não gera vida, por que evangelho não é. O que há de boa
noticia nele que ao invés de propor uma vida como extensão de Graça e Amor de
Deus, ensina um refluxo baseado no medo do castigo eterno e da ira de Deus?
Quando Cristo falou da ira de Deus Ele o fez como um alerta e não como um
convite-prisão como o faz esse novo evangelho, o qual novo não é, mas apenas
veio adaptando-se ao longo dos anos, visto que Paulo em Gálatas já o combatia,
como o evangelho dos vícios.
Sim, esse
evangelho tupiniquim é nocivamente viciante! Seus adeptos se tornaram viciados
na idéia de que Deus é um mero Papai Noel que existe apenas como provedor de
bens de consumo. Viciados na doutrina da prosperidade que existe como reflexo
da insaciabilidade do homem, os quais sob tal alicerce projetam suas
espiritualidades apenas no nível horizontal, visto que seus testemunhos
explicitam que para eles ser abençoado é possuir um carro, uma casa, um bom
emprego, e nunca o ter encontrado o verdadeiro sentido de viver: Amor a Deus e
ao próximo.
Minha
consciência em Cristo me leva a recusar veementemente tudo o que representa
anulação da Cruz de Jesus.
Pb. Anderson Moura
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