segunda-feira, 27 de agosto de 2012

O Perfil do Falso Evangelho


O Perfil do Falso Evangelho

Há algo estarrecedor que me aflige o coração tirando-me o sono: A comunidade evangélica em sua grande maioria tem se deixado levar por ventos os mais diversos; banqueteando-se com as guloseimas do mundo, arrotam a presunção de estarem alimentados no evangelho. Triste engano! 

Aceita-se naturalmente e sem qualquer questionamento tudo aquilo que fraudulosamente seja rotulado de evangélico. Ora! Isso me parece patético! Em nome do evangelho vendem-se os dardos mais inflamados de satanás, dardos que sutilmente tem adoecido a noiva do cordeiro, com doenças as mais diversas.  Em nome do sucesso têm-se aceito práticas condenáveis por Cristo como hipocrisia, a avareza, negociatas políticas e o leso ao próximo. Agindo assim pisam na palavra de Deus. Cf.  Rm 3. 5-8

Nesse sistema equivocadamente evangélico a que muitas comunidades se fizeram participar, a falsidade de um juízo proposto quase nunca significa sua objeção; sua valoração e aceitação dizem respeito mais precisamente à intensidade com que ele favorece ou não a manutenção de um dado sistema lucrativo. A máxima de Cristo: “coam mosquitos e engolem camelos” está mais do nunca explicitado no meio, dito evangélico. 

É com imensa tristeza que contemplo Jesus sendo despejado da vida de varias comunidades que outrora eram serias e comprometidas com a causa do evangelho. Tudo isso em nome de uma nova visão, de um sucesso estatístico, de uma ética-não-ética, de uma adaptação cultural que não suporta o crivo da Cruz de Cristo. Maldito sincretismo. 

É com lagrimas na alma que contemplo o Cristo do Evangelho sendo substituído por um manequim-clone astutamente confeccionado, o qual para nada mais serve a não ser para ser vestido com as grifes daqueles que detém a verdade de Deus em mentira e que amam mais o próprio umbigo do que a Deus. 

Sim, é lamentavelmente verdadeiro ver que tentam calar a todo custo a voz de Cristo enquanto comercializam freneticamente um falso jesus dado aos lucros e as barganhas, um jesus que só existe como timbre para os decretos mais avarentos. 

Como pesa na alma encarar como realidade a ingenuidade daqueles que, adorando um ídolo fabricado sob a fôrma do egoísmo narcisista de homens perversos, o fazem na ignorância de acharem que estão de fato adorando o verdadeiro Senhor Jesus. Sob o titulo de movimento pentecostal se apresentam fenômenos os mais estranhos, muitos dos quais jamais poderiam ser associados com a vida e obra do Senhor Jesus. 

Existe sim uma evidente contradição entre esse novo movimento e o que Cristo ensinou e praticou. Ele -Cristo- é a palavra de Deus encarnada, portanto toda interpretação bíblica deve invariavelmente ser feita a partir de sua vida e obra. Não devemos nos conformar com qualquer que seja o sistema ou pratica que de algum modo signifique a antítese daquilo que Ele nos ensinou e viveu. Cf. Rm 12

Somos chamados em Cristo para trilharmos o caminho a nós proposto em fé na verdade da palavra, no qual caminho co-existimos em Sua Vida. Cf. Gl 2.20

Por tanto qualquer que seja a vida, em não sendo um resultado da comunhão entre o discípulo e Cristo, deve ser recusado à titulo de conservarmos nossa conexão com o reino de Deus, o qual habita em nós na pessoa bendita do Espírito Santo.

Cristo não inaugurou uma religião, Ele propôs um estilo de vida. Mas os homens ao longo dos séculos violentaram essa verdade ao passo que lhe introduziram ingredientes os mais estranhos. Tudo foi feito sutilmente afim de que não levantasse suspeitas. O objetivo sempre foi o de adaptar o evangelho a todas as conveniências humanas, ao espírito de rebanho, e por conta disso fica claro os motivos que levam o sistema a mudar ao longo das décadas.

Mas o evangelho continua o mesmo, posto que ele seja o Próprio Cristo, Imutável.

O evangelho é o poder de Deus que, em entrando no homem vence sua natureza perversamente caída, na certeza absoluta -Fé- de que Deus é amor e que para ele nada é mais importante do que o bem. No Evangelho não há leis, não existem cadeias, não há obrigações, não há medo, posto que seja o Amor de Cristo suficientemente poderoso para nos convencer do que seja verdadeiramente o caminho de Deus proposto a nós.

Mas esse pseudo evangelho não gera vida, por que evangelho não é. O que há de boa noticia nele que ao invés de propor uma vida como extensão de Graça e Amor de Deus, ensina um refluxo baseado no medo do castigo eterno e da ira de Deus? Quando Cristo falou da ira de Deus Ele o fez como um alerta e não como um convite-prisão como o faz esse novo evangelho, o qual novo não é, mas apenas veio adaptando-se ao longo dos anos, visto que Paulo em Gálatas já o combatia, como o evangelho dos vícios.  

Sim, esse evangelho tupiniquim é nocivamente viciante! Seus adeptos se tornaram viciados na idéia de que Deus é um mero Papai Noel que existe apenas como provedor de bens de consumo. Viciados na doutrina da prosperidade que existe como reflexo da insaciabilidade do homem, os quais sob tal alicerce projetam suas espiritualidades apenas no nível horizontal, visto que seus testemunhos explicitam que para eles ser abençoado é possuir um carro, uma casa, um bom emprego, e nunca o ter encontrado o verdadeiro sentido de viver: Amor a Deus e ao próximo. 

Minha consciência em Cristo me leva a recusar veementemente tudo o que representa anulação da Cruz de Jesus.
 
Pb. Anderson Moura

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